Com a função de ensinar ou mostrar como algo deve ser feito, os textos instrucionais foram tema de uma aula pra lá de especial, durante a qual os educandos do 3º Ano do Ensino Fundamental do Colégio Notre Dame Brasília imergiram na cultura oriental.
A partir de lenda japonesa – segundo a qual, para que uma pessoa tenha um pedido realizado, é preciso que confeccione mil aves de Origami, as crianças foram orientadas a dobrar seus próprios tsurus. Para isso, contaram com o auxílio das educadoras convidadas, Cristina e Elisabeth Paranhos, a fim de seguir as instruções da responsável pela turma, Ana Cleide Lucena.
Antes de realizar a dobradura, contudo, os estudantes puderam aprofundar seus conhecimentos acerca da técnica milenar que transforma papel em arte, além de conhecer a história de Sadako Sasaki.
Nascida em Hiroshima, Sadako foi diagnosticada, aos 11 anos, com aquela que era conhecida como a “doença da bomba atômica” – decorrente da explosão que, nove anos antes, havia atingido a cidade. Hospitalizada para realizar o tratamento contra a Leucemia, a menina foi presenteada por uma amiga com a representação de um tsuru – ave, sagrada na cultura japonesa, que é símbolo de boa sorte, felicidade, fortuna, longevidade e saúde. Chizuko Hamamoto, então, contou-lhe a lenda dos mil tsurus e Sadako decidiu dobrá-los, desejando a sua recuperação e pedindo, também, para que novos sofrimentos não fossem causados por guerras.
Dessa maneira, a atividade lúdica também oportunizou a reflexão acerca do valor da paz, como enfatiza a educanda Maria Luiza Oliveira. “Aprendemos sobre o significado do Tsuru e a importância de pedir a paz mundial”, conta.
Além disso, ela demandou concentração, disciplina e perseverança – competências que, segundo a ex-educadora Notre Dame, Elisabeth Paranhos, são fundamentais para que se aprenda a arte do origami – técnica que, como explica Cristina, surgiu na China e foi aprimorada no Japão.